domingo, 29 de abril de 2012

Doc: Da Servidão Moderna

                                                 

           Documentário - A Servidão Moderna
Servidão Moderna
"De la Servitude Moderne"
(França - Colômbia, 2009, 52min - Direção: Jean-François Brient)

Comentário do site oficial:
A servidão moderna é uma escravidão voluntária, consentida pela multidão de escravos que se arrastam pela face da terra. Eles mesmos compram as mercadorias que os escravizam cada vez mais.

Eles mesmos procuram um trabalho cada vez mais alienante que lhes é dado, se demonstram estar suficientemente domados. Eles mesmos escolhem os mestres a quem deverão servir. Para que esta tragédia absurda possa ter lugar, foi necessário tirar desta classe a consciência de sua exploração e de sua alienação. Aí está a estranha modernidade da nossa época.

Contrariamente aos escravos da antiguidade, aos servos da Idade média e aos operários das primeiras revoluções industriais, estamos hoje em dia frente a uma classe totalmente escravizada, só que não sabe, ou melhor, não quer saber.

Eles ignoram o que deveria ser a única e legítima reação dos explorados. Aceitam sem discutir a vida lamentável que se planejou para eles. A renúncia e a resignação são a fonte de sua desgraça.


                          DOCUMENTÁRIO COMPLETO E LEGENDADO NO YOUTUBE







Créditos:
1- SITE OFICIAL:
http://www.delaservitudemoderne.org/
2- Legendas em português:
http://docverdade.blogspot.com/2010/01/da-servidao-moderna-de-la-servitude.html

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quarta-feira, 25 de abril de 2012

Pelo fim da crueldade em nome da ciência

Por vespa

Esta semana está acontecendo em todo o país ações pelo fim da utilização de animais em testes científicos, o que além de cruel e antiético, é algo de extrema ineficácia. Estas ações culminarão na II Manifestação Nacional Anti-Vivissecção e Experimentação Animal, que acontecerá em 50 cidades do Brasil no dia 28 deste mês (próximo sábado). Campina Grande é uma destas cidades.

Os testes em animais são realizados por empresas farmacológicas, de cosméticos e na área de saúde em geral. Universidades também costumam realizar esta prática (apesar de a tendência em grande parte da Europa e nos Estados Unidos ser de abolição destes métodos desnecessários e ultrapassados serem abolidos). Os testes podem consistir de aplicação de substâncias químicas ou de condicionamentos ou a chamada vivissecção. Vivissecção consiste em utilizar animais vivos abrindo suas peles, seus organismos, dissecando-os, implantando aparelhos, com o propósito de realizar estudos anátomo-fisiológico. Em latim vivus significa “vivo” e sectio, “corte”, ou seja, cortar (dissecar) um ser com vida.

As atividades por aqui se iniciaram hoje com exposição, distribuição de materiais e trocas de ideias no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual da Paraíba. No local funcionam os cursos de Farmácia, Fisioterapia, Odontologia, Psicologia e Enfermagem e todos realizam testes em animais. Houve debate com alunos pela manhã e início da tarde.





Para quem desejar entender o motivo da oposição a estes métodos, as alternativas para não se realizar estes experimentos e para quem desejar se informar sobre o assunto, segue a programação completa de Campina Grande e um texto do biólogo e ativista Sérgio Greif.






















II Manifestação Nacional Anti Vivissecção e Experimentação Animal
Campina Grande, PB – 2012

25/04 - Mobilização no CCBS da UEPB (pela manhã -  a partir das 09h)
27/04 - Mobilização na Praça da Bandeira (manhã e tarde - das 09h às 17h)
28/04 - Evento no auditório de administração da uepb, com exibição de filme e debate (às 15h)
28/04 - Gig punk anti vivissecção no vitrola bar (às 21h)

Exposição, distribuição e venda de material acerca de especismo e experimentação científica

Realização: AILA (Ações Independentes de Libertação Animal)
Apoio: Fórum Municipal de Bem-estar Animal (Campina Grande) e PAV (Proteção Animal e Vegetarianismo)


Manifesto contra a Vivissecção
Sergio Greif
Vivissecção é a prática cruenta de utilização de animais vivos com propósitos experimentais. Animais como camundongos, ratos, porquinhos-da-índia, hamsters, coelhos, sapos, aves, cães, gatos, macacos e animais de fazenda são submetidos a diferentes procedimentos destrutivos, tanto fisicamente quando psicologicamente. São exemplos destes procedimentos: realização de cortes e amputações, muitas vezes sem anestesia; ingestão, inalação ou injeção forçada de substâncias tóxicas; privação de água e alimentos ou de convívio social; condicionamento a determinadas reações mediante eletrochoques ou queimaduras; extração de materiais biológicos, etc.

A alegação mais comum para defender estas práticas é a de que seres humanos e animais domésticos são diretamente beneficiados por tais ações. Defende-se que, sem as pesquisas em animais, na atualidade o ser humano não disporia de vacinas, técnicas de transplantes, anestesias, nem das drogas que pretensamente tratam as diferentes doenças. As conseqüências disto seriam um declínio em nossa qualidade de vida, além de diminuição em nossa longevidade. Estas alegações são, no entanto, enganosas. Ocorre que, embora exaustivamente testados e aprovados em animais, todos os tratamentos acima enumerados se mostraram falhos, em sua fase de testes, em produzir efeitos promissores em seres humanos. Muitos deles, apesar da segurança comprovada em animais, produziram efeitos colaterais, e muitas vezes morte, em seres humanos.

Os experimentos prévios, realizados em animais, teriam a pretensa função de impedir que os primeiros seres humanos submetidos a determinado tratamento se tornassem “cobaias” da ciência. O que de fato ocorre, no entanto, é que experimentos em animais simplesmente são conduzidos para amenizar as responsabilidades de laboratórios que lançam no mercado drogas que mais tarde poderão vir a prejudicar seres humanos. É grande o número de drogas aprovadas pela FDA (o órgão responsável por permitir a comercialização de drogas e alimentos nos EUA) que são recolhidas das prateleiras no prazo de um ano após sua colocação no mercado. O motivo deste recolhimento é a detecção de efeitos colaterais na população humana, efeitos estes que não haviam sido detectados em testes em animais. Da mesma forma, embora a tecnologia de transplantes tenha sido toda desenvolvida com base na experimentação animal, os primeiros seres humanos submetidos a estas técnicas padeceram. Foi com base nessas experiências de transplante em seres humanos que deram errado, e não os estudos em animais, que se desenvolveram as técnicas de transplante de que dispomos hoje. Pode-se, então, deduzir que “cobaias” verdadeiras são seres humanos, sendo os animais meros adjuvantes de nossa crueldade.

Com efeito, parece curioso que poucas pessoas se questionem se realmente somos assim tão “dependentes” de todos estes tratamentos e supostos benefícios oferecidos pela medicina moderna. A indústria farmacêutica obtém seus lucros da venda de remédios, e por isso necessita convencer o cliente de que seus produtos são vitais para sua qualidade de vida. Trata-se de um negócio dos mais lucrativos, e como todo bom negócio, esta indústria se organiza em lobbies. Estes lobbies não limitam sua atuação apenas aos consultórios médicos, eles influenciam as políticas de virtualmente todos os governos, a educação formal e, por conseguinte, a forma como a população vê seus produtos.

Esforços são continuamente feitos para convencer a população de que o aumento em nossa expectativa de vida tem relação direta com a enorme disponibilidade de drogas e tratamentos de que dispomos atualmente. Curioso que fatores tais como melhores condições de moradia, de higiene, abastecimento de água limpa, saneamento, segurança alimentar, etc, fatores estes que também passaram a preponderar nas últimas décadas, são frequentemente negligenciados nesses informes em relação à nossa melhor qualidade e maior expectativa de vida.

Por outro lado, a compreensão de que dados obtidos experimentalmente de animais não podem ser extrapolados para seres humanos é simples: Ainda que partilhemos muitas características fisiológicas e metabólicas com os demais animais, é através das diferenças que as individualidades se manifestam. Desta forma, o organismo do ser humano não pode ser visualizado como o organismo do rato 200 vezes mais pesado; a dose letal de uma determinada substância para o rato não poderia ser determinada para o ser humano simplesmente multiplicando seu valor por duzentos. Ratos podem ser imunes a grandes quantidades de determinadas substâncias as quais com poucas gramas poderia se levar um ser humano saudável ao óbito. Drogas que produzem determinados efeitos em determinados animais podem produzir efeitos completamente diferentes em animais de outras espécies. Nem mesmo animais cujo metabolismo aparentemente se assemelha mais ao de seres humanos, como macacos e porcos, são bons modelos de experimentação, porque no que se refere a este assunto, não existe qualquer linearidade que confira cientificidade à extrapolação. 

Mesmo entre seres humanos a extrapolação e generalização de dados mostra-se uma atividade perigosa, devido às variações genéticas que ocorrem dentro das próprias populações humanas. Drogas que se mostram efetivas para uma determinada parcela da população podem não ter qualquer efeito, ou no pior dos casos pode significar efeitos adversos, em outra parcela da população. Com efeito, admite-se que as drogas presentes no mercado são efetivas apenas para 30-50% da população. Daí concluir-se que mesmo o ser humano não representa modelo adequado para a pesquisa de medicamentos para a espécie humana. Outrossim, há que se criar drogas específicas com base na ciência genômica.

Por este motivo afirmamos a completa inutilidade científica da experimentação animal, como também nos preocupa que esta seja a base na qual apoiamos nossa ciência. Esta metodologia conduz ao erro, ao atraso, a dados errôneos, á má-interpretação, à incoerência, ao desperdício de vidas, humanas e animais. Desta forma, propomos a abolição da vivissecção em todos os seus níveis, bem como sua substituição por uma ciência mais humanitária e que se baseie em métodos que não utilizem animais, denominados métodos substitutivos. 



sexta-feira, 20 de abril de 2012

Relato: Dia do desenhista - Ocupação do Cine São José - Campina Grande / PB


Relato: Dia Mundial do Desenhista , no Cine São José (15/04/2012) em Campina Grande, PB



Depois de períodos conturbados (ou nem tanto) eis que surgem novamente as atividades na ocupação do Cine São José, como sempre nadando contra a maré e promovendo o que acreditamos: a livre expressão e contra-cultura sempre prontos à movimentação e o questionamento. Para comemorar o dia mundial do desenhista o nosso amigo e artista independente Joheel Rodriguez idealizou o evento em comemoração a esta data com oficinas, exposições e troca de ideias. Da parceria Coletivo Desgraça Underground e Heresia Coletiva o evento se concretizou e no último domingo houve mais um momento de vivência na ocupação.



Iniciando as atividades pela manhã com a limpeza do local e preparativos para as oficinas, pessoas se chegaram, prestigiaram a exposição com desenhos de Joheel, Wamberto “Abu” e Ricenia Maia e como de costume conversaram a respeito da situação do antigo cinema. Uma manhã muito bacana com venda de rango vegan da A Vaca Falante, oficina de “desenho auto didata” e participação desde crianças até adultos que nunca envelhecem.



Pela tarde continuaram as atividades com a oficina de “Teoria da criatividade” que segundo nosso amigo Túlio da cidade de Esperança foi “diversão demais” haha



Creio que as imagens e vídeos falem mais que mil palavras, mas é importante registrar aqui a nossa felicidade em movimentar mais uma vez o espaço do Cine São José e passar adiante a mensagem de que para desenhar não é necessário um dom vindo dos céus – com esforço, aprendizado, busca por seu objetivo, é possível aprender e se desenvolver, sem dualidades de superior e inferior. Faça você mesmo, pois você é capaz de fazer as coisas bonitas que tanto admira. Não espere acontecer, agir é o caminho independente do que os outros digam!

vespa


                                         Vídeo: Reportagem na TV com Joheel Rodriguez


                                         Vídeo: Evento Dia do Desenhista no Cine São José


                                        Vídeo: Oficina de Criatividade que ocorreu no evento



mais fotos no flickrhttp://www.flickr.com/photos/luankleber


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dia Mundial do Desenhista - 15 de Abril



Olá a todxs!

Movimentando o espaço do Cine São José mais uma vez: Depois da feira de zines realizada mês passado, acontecerá no próximo domingo uma programação em comemoração ao dia mundial do desenhista. Uma iniciativa totalmente faça-você-mesmo (DIY) de Joheel Rodriguez, que irá ministrar duas oficinas abordando a temática de que não é necessário talento pra fazer arte, e sim vontade, esforço! Você não precisa de um dEUS pra colocar um dom em suas mãos!

Desprogramem-se e venham curtir o banzo do domingo com trocas de idéias e produções independentes!


DIA MUNDIAL DO DESENHISTA

Domingo, 15 de Abril de 2012.
CINE SÃO JOSÉ - Centro
Campina Grande – PB
Entrada franca.

PROGRAMAÇÃO
10:00 hrs / Exposição coletiva de Desenhos (Aberta)
11:00 hrs / Oficina de Desenho Autodidata (Joheel Rodriguez)
13:00 hrs / Rango Vegan (com A VACA FALANTE!)
14:00 hrs / Oficina da Teoria da Criatividade (Joheel Rodriguez)
15:00 hrs / Troca de Ideias sobre arte e desenho libertário


Observações:
‘As duas oficinas serão gratuitas’ (Trazer folhas Ofício, Lápis grafite (Comum), Borracha e um objeto (Ex. caixa de fósforos, Esmalte, tampa, copo, etc.).)

Coletivos Desgraça underground e Heresia Coletiva / anti-arte e conta-cultura.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Relato: Bicicletada/Camelada de Campina Grande


- Relato da Bicicletada/Camelada - Campina Grande para Lagoa Seca - 06/04/12

Durante o feriado da semana santa, alguns bikers querendo fugir do caótico trânsito, resolveram fazer de seu dia uma diversão a Pedalada da Semana Satan.
Uma tentativa de fugir do monstro motorizado que expele fumaça em nossas caras e nos faz tragar a pura e mais suave pesada fumaça do apocalipse motorizado.



Uma fuga da realidade da cidade, em busca de pedalar ao infinito, a procura de um local onde possamos respirar melhor e não escutar o barulho de motores.

Destino, saindo do bairro das Malvinas da cidade de Campina Grande para a cidade de Lagoa Seca e de la indo para a Cachoeira do Pinga.



Em plena sexta-feira satan, 7 bikers se encontram para uma aventura, as 6h da manhã o céu nublado e pensamentos que o dia seria ótimo.




Saindo da cidade, seguindo pela estrada e se afastando da cidade. No caminho ladeiras e paisagens belas.


Chegando a cidade  encontramos varias pessoas indo para procissões religiosas e do nada centenas de pessoas aparecem andando de bike na rua principal da cidade.


Continuamos o caminho entrando numa trilha de estrada de terra indo para a zona rural da cidade. Passando por vários bananais e muito mosquito.
Ladeiras ótimas para acelerar mais um pouco na bike e sentir o vento no rosto.
Passando por casas abandonadas no meio do nada, destruída pelo tempo.


Logo chegamos na casa de uma senhora, que nos recebeu muito bem. Deixamos as bicicletas por la, pois agora a trilha para chegar na cachoeira era de difícil acesso e tínhamos que ir andando.

Andando dentro do mato, descendo por pedras, chegamos finalmente no lugar.A cachoeira não estava em sua cheia mas os espaços se tornaram piscinas naturais. Um lugar muito lindo para se visitar.

Foi o momento de descanso do dia, sombra e água fresca.

Passou-se as horas e o sol começou a mostrar toda sua energia.
Então deu a hora de voltarmos, subir as ladeiras por onde descemos tão tranquilamente, não era a mesma coisa com o sol de 3000ºC, que  fritava os cérebros de todos.

Então agora nossa luta era com o sol que castigava bastante. Mas isso faz parte, todos já tinham descansado o suficiente.





A Volta foi tranquila, de longe dava para observar a cidade cinza de Campina Grande e estávamos voltando ao ar que nos mata e a vida do trânsito louco.

Mas todos estavam cansados (significou que foi proveitoso) e com idéias para uma próxima aventura de bike.

                                          vídeo: trecho da trilha em Lagoa Seca


                                         vídeo: trilha andando, chegando na cachoeira



"pelo fim do apocalipse motorizado"


por: Luan K.

mais fotos no flickr:  http://www.flickr.com/photos/luankleber/

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Relato: 1º Feira de Zines e Material Libertário


Relatos a respeito do Cine São José – Parte 1

1º FEIRA DE ZINES E MATERIAL LIBERTÁRIO

Como já foi citado em outro post ( link )  e é de conhecimento de quem vive em Campina Grande, o Cine São José foi um cine-teatro importante da cidade que encerrou suas atividades na década de 70, foi tombado como patrimônio histórico, ficou abandonado e em 2010 foi ocupado por estudantes e pelo movimento artístico-cultural campinense. Diversas atividades foram realizadas no espaço no ano em que aconteceu a ocupação, mas devido a vários fatores o espaço acabou ficando quase parado em 2011. Este ano as atividades foram retomadas e uma Feira de Zines e Material Libertário foi marcada para o mês de março.




A ocupação do Cine sempre foi um espaço aberto, sem burocracias e livre para qualquer atividade de contestação ou de fomento cultural. A ideia da feira de zines era algo que eu (vespa), Luan, Allan, entre outr@s, vínhamos conversando há algum tempo e que acabou sendo deixada para um futuro devido a outros eventos que foram surgindo. No mês de fevereiro juntou-se a fome com a vontade de comer e o Heresia Coletiva decidiu movimentar o Cine com a feira. Não somente a feira, também decidimos produzir um zine e lançá-lo no dia, distribuir mudas, fazer grafitagem, oficina de stencil e pra haver um diálogo mais direto esquematizamos uma troca de ideias a respeito de ocupação urbana.

 Marcada a data para o dia 31, o último sábado do mês de março, começamos a retomada da movimentação da ocupação. O que nos deparamos no local foi o descaso dos próprios membros do movimento, que haviam utilizado o prédio pela última vez em dezembro do ano anterior e o deixado em estado deplorável. Pulemos esta página. O Cine São José estava vivo novamente. Reuniões, conversas, produções, faxinas, conversas com a vizinhança e as pessoas que passam pela rua sempre parando para perguntar do antigo cinema e demonstrando apoio à ocupação.


Eis que faltando uma semana para o evento somos surpreendidos com uma atitude extrema partindo dos escritórios estatais: Muros foram erguidos nas portas do Cine São José. É claro que um atentado à cultura, à memória da cidade não seria tolerado. No mesmo dia em que o muro fora construído também veio abaixo. No dia seguinte voltaram a levantar muros e fechar todas as entradas no prédio. A argumentação da SUPLAN (superintendência de planejamento) do Governo do Estado da Paraíba é que a medida provisória de fechamento do prédio aconteceu para que este não fosse invadido por marginais que realizam assaltos à vizinhança e que também não viesse a ser depredado. Pura falácia. Desde que fora ocupado não há movimentação de assaltantes ou usuários de drogas no prédio, como argumenta o estado.

foto: 22/03/2012 - Muro levantado pela Suplan


foto: Marginais destruindo o Cine ?

Muros derrubados novamente, é hora de re-habitar o espaço – agora com uma faxina muito maior a ser feita, depois de encherem de argamassa as portas do Cine São José. Correrias para organizar a feira e decisões a serem tomadas.
No dia 31, um sábado com o céu limpo e o calor nas ruas repletas de pessoas e fumaça, são abertas as portas da ocupação e vemos um belo fluxo humano no local. Apareceram pessoas que não participaram da organização diretamente, mas que vieram contribuir trazendo seus próprios zines, uma ótima surpresa. 









Pela manhã amigos vieram olhar as atividades no local, muitas pessoas paravam ao passar na calçada e se deparar com plantas na porta e pessoas dentro do cinema. As tintas vieram colorir as paredes desgastadas pelo tempo e surgiu a Vaca Falante (levada por Abu, vulgo Wamberto) trazendo pastéis de soja e suco de uva por um precinho camarada. O zine Heresia Coletiva foi lançado, passado para tod@s que vinham olhar as publicações, assim como um zine sobre ditadura da moda produzido por Eduardo e zines feministas trazidos por Abigail. Várias mudas foram passadas para crescer em terras próximas ou distantes.







 A tarde houve mais visitas, produção de stencil e uma troca de ideias muito bacana a respeito de ocupação urbana e a própria situação do Cine São José. Um evento que conseguiu atingir seu objetivo: trazer vida para o prédio do Cine São José, passar publicações independentes a quem se interessar, cores cobrindo paredes marcadas pelo tempo, descontração, convivência, calor humano e ideias semeadas a respeito de como manter um espaço tão importante.


Pena que pessoas que sentem necessidade de marcar território quiseram deixar assinatura em um espaço que é meu, seu, de todos, e não há exclusividade para ninguém. Mas isso é apenas um detalhe. Seguimos em frente, passando por cima de todos os obstáculos que vierem a surgir.

Além das paredes coloridas, restaram apenas algumas poucas mudas ao fim do dia. Mas isso já é assunto para um outro post...



vespa

mais fotos no flickr: http://www.flickr.com/photos/luankleber/

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Camelada/Bicicletada de Campina Grande para Lagoa Seca


"Em plena sexta-feira de um feriado, bikers irão sair de Campina Grande em direção a cachoeira do Pinga  na cidade de Lagoa Seca. Bicicletada intermunicipal contra o estresse e a pressa nas cidades". 

Dia 6 de Abril de 2012, sexta-feira!
concentração as 5:45 e saída as 6h pontualmente;
no bairro das Malvinas;
rua dos Marmeleiros

Leve sua água e comida.

Go Bike!"

Campina Grande, Paraíba - Brasil
2012

domingo, 1 de abril de 2012

Relato da Bicicletada da cidade de Mossoró/RN - Março de 2012


  
Chamada para a Bicicletada

O Verão acabou, as chuvas chegaram, as ruas estão alagadas e nós continuamos pedalando. Março é quando tudo volta a funcionar e Mossoró volta a ser Mossoró. O Apocalipse Motorizado não dá trégua um minuto sequer. Então vamos lá, amigos, ped...alar até o infinito e gritar por esse asfalto molhado, por que as ruas também são nossas.
Venha de patins, patinete, skate, tênis de caminhada, carrinho de rolimã e qualquer veículo movido a propulsão humana!






-  Relato da Bicicletada da cidade de Mossoró no estado do Rio Grande do Norte - Brasil, 
que ocorreu no dia 30/03/2012

A palavra “assustadora” descreve bem como foi a Bicicletada de março. Embora não seja a palavra mais adequada, é a primeira que me vêm à cabeça. Fugiu do comum chegar à praça do Teatro Dix-huit Rosado e já de cara encontrar em torno de 40 ciclistas. Graicy havia trazido um pacote com 50 balões de encher. Não deu para o começo, logo acabou e percebemos que mais pessoas estavam chegando. Pouco antes da saída do teatro, a quantidade de pessoas duplicou e acredito termos chegado pela primeira vez na marca de 3 dígitos. Não pude contabilizar, mas muitos presentes confirmam que passamos dos 100 ciclistas. Então, como de praxe batemos um papo antes de sair, dialogando sobre as motivações da Bicicletada e traçando táticas para seguir nossa ciclopasseata.

foto: momento final da Bicicletada -  30/03/2012

         Após esse furor inicial, empolgação por saber que mais pessoas apoiam a Bicicletada, por acreditar que mais pessoas também querem uma cidade com menos carros e mais pessoas querem outro modelo de cidade. Após o torpor causado pela empolgação, mergulhamos à realidade. Quando éramos apenas 10, facilmente conseguíamos manter o grupo organizado, homogêneo e de fato uma massa crítica.

          O fato de existirem novos adeptos, não justifica à nossa desorganização. Como foi visto muitas pessoas que ali estavam pela primeira vez seguindo à risca o que pré-estabelecemos em reunião, na concentração. Entre empinadas na contra mão e cortadas de sinal vermelho com metros de bexiga, vimos nossa Bicicletada dar mal exemplo. Durante todos os dias do ano, qualquer um têm o liberdade para correr em sua bicicleta a velocidade que bem entender, ou fazer passeio para a trilha que preferir, porém a Bicicletada não é uma competição. A Bicicletada é antes de tudo, uma organização política. Além de toda a descontração, além de um espaço democrático para a prática de exercício, existe um objetivo inerente à Massa Crítica de educar à cidade. E esse processo de educação visa atingir desde o motorista até o pedestre, passando pelo ciclista e todos os outros elementos que compõem o nosso trânsito. Estamos falando de mobilidade urbana e de uma cidade com mais espaços vivos. Um modelo melhor para a nossa urbe.


          Após receber broncas de ciclistas mais experientes dentro do grupo, fiquei encarregado de puxar mais uma reunião na metade do trajeto, onde tivemos um papo de conciliação, por assim dizer, onde repassamos as nossas regras de conduta. Apontamos os nossos erros e após isso seguimos pela Avenida João da Escóssia. Dali em diante o passeio não foi o mesmo. Conseguimos manter o grupo menos disperso e mais pessoas ajudaram a cantar nossas canções cicloeducativas.

          Lindo foi o coro que conseguimos fazer de frente à UNP. Um início de noite de convite às ruas, centenas de pessoas ouvindo o chamado ”DEIXE O CARRO EM CASA E VENHA PEDALAR”. Nos semáforos o nosso “QUEM GOSTA DE BIKE BUZINA” funcionou na maioria das vezes e gerou uma relação de cumplicidade entre nós e os motorizados.

          No restante do percurso muitos integrantes do grupo chegaram a mim dialogando sobre o quanto acham positivo estar fomentando esse tipo de manifestação e o quanto era prazeroso ali estar, participando de um momento tão nobre em nome da bicicleta.

          A bicicleta não só como objeto de ostentação. A bicicleta como um meio de transporte que não polui, como um transporte saudável e anti-caos urbano, anti-congestionamento.


          Podemos continuar sendo 100 ou até ser 1.000 de maneira organizada, basta que todos entendam o sentimento por trás de tudo. Que a Bicicletada seja a nossa celebração mensal, onde todos os grupos de ciclistas (Pedal Mossoró, Ciclismo Mossoró, Trilheiros Mossoró, Os Sem Grupo Mossoró) possam manifestar o seu desejo à cada dia mais pulsante de ter uma dinâmica urbana mais apropriada para o uso de nossos pedais.

          Tenha você carro ou não, tenha você uma Specialized ou uma Monark Barra Circular, você necessite da bicicleta para a sua mobilidade diária, ou use apenas como uma prática esportiva, você está nas ruas cotidianamente. Todos estão passíveis a uma machadada do Thor. Que possamos unir nossos gritos em nome de uma “ciclomossoró” melhor.

        A Bicicletada é minha, é sua, é de todo mundo. A Bicicletada não é de ninguém. E que o bom exemplo  comece por cada um de nós!
Um Carro a Menos!
Bicicletada Mossoró


Postagem Retirada do Blog  - http://bicicletadamossoro.blogspot.com.br/
escrito por: Pedro Mendigo