quinta-feira, 19 de julho de 2012

Estética das desobediências



Campina Grande, PB
27/07/12
______________________________
parte da TARDE:

Local: Cine São José
horário: 15h
entrada free

troca de idéias:
- Movimentações, contracultura, estética e desobediências.

+ feira de zines
_________________________________
parte da NOITE:

Local: PUB10
horário: 22h
entrada: R$ 3,00

tocada com as bandas:
ANGUSTIA NO
CUSPE
DELIRIUM TREMENS

+ venda de zines e material libertário.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Educação Anarquista


Paradigma Anarquista
e a Educação Libertária

(...)  O princípio da autoridade na educação das crianças constitui o ponto de partida natural: ele é legítimo,necessário, quando é aplicado às crianças na primeira infância, quandosua inteligência ainda não se desenvolveu abertamente. Mas como o desenvolvimento de todas as coisas, e por conseqüência da educação, implica a negação sucessiva do ponto de partida, este princípio deve enfraquecer-se à medida que avançam a educação e a instrução, para dar lugar à liberdade ascendente.
Bakunin, Mikhail Alexandrovich. Deus e o Estado. 1882

O Anarquismo tem como concepção política-filosófica a atitude fundamental de negação a toda e qualquer autoridade e a afirmação da liberdade.
            O próprio ato de transformar essa atitude radical em um corpo doutrinário de idéias abstratas que possam vir a ser utilizadas em todas circunstâncias seria já uma negação da liberdade.
            Dessa forma o Anarquismo não deve ser considerado senão como  um princípio gerador que de acordo com as condições sócio-históricas encontradas assume características particulares. O movimento de negação da autoridade e afirmação da liberdade que sustenta o pensamento anarquista é formado por quatro princípios básicos de teoria e de ação: autonomiaindividualautogestão socialinternacionalismo e ação direta.
            Autonomia individual: o indivíduo é a célula fundamental de qualquer grupo ou associação e a sociedade só existe enquanto agrupamento de indivíduos que a constroem sem que, no entanto percam sua condição de indivíduos  os quais não  podem ser preteridos em nome do grupo. A ação anarquista é essencialmente social, mas baseada em cada um dos indivíduos que compõem a sociedade, e voltada para cada um deles.
            Autogestão social: decorre do principio anterior que a liberdade individual é contrária ao Poder instituído. Contra quaisquer autoridades hierárquicas e associações assim constituídas. A gestão da sociedade deve ser direta, fruto dela própria. O anarquista é contrário à democracia representativa, onde determinado número de representantes é eleito para agir em nome da população.
            Internacionalismo: os Estados constituem-se como  empreendimento políticos ligado à ascensão e consolidação do Capital, sendo, portanto, expressão de um processo de dominação e espoliação; o anarquista, ao lutar pela emancipação dos trabalhadores e pela construção de uma sociedade libertária não pode se limitar a uma ou a algumas dessas unidades geopolíticas (Estado-país). Daí a defesa de uminternacionalismo globalizado.
            Ação direta: as massas devem construir a revolução gerindo o processo como obra delas próprias. A ação direta se traduz principalmente nas atividades de propaganda: jornais, revistas,  literatura e teatro. Tem o intuito despertar a consciência das contradições sociais a que estão submetidas, fazendo com que o desejo e a consciência da necessidade da revolução surja em cada um dos indivíduos. Outro viés importante é o da educação, formal ou informal.
            Sustentado por esses quatro princípios fundamentais o Anarquismo, enquanto princípio gerador, pode-se afirmar: é um paradigma de análise político-social, uma vez que existe apenas um único Anarquismo que assume diferentes formas de interpretação da realidade e de ação de acordo com o momento e  condições históricas em que é aplicado.
            Assim, qual é o paradigma anarquista em educação?
            A educação tanto formal quanto informal sempre teve grande valor no pensamento anarquista para a transformação da sociedade. 
            Começando como uma critica a educação burguesa tradicional, tanto a oferecida pelo seu aparelho estatal quanto a educação mantida por instituições religiosas. A principal acusação sobre o sistema vigente é a de que a escola – com a sua propalada neutralidade – é na realidade arbitrariamente ideológica. O atual sistema simplesmente se dedica a reproduzir as estruturas cruéis de dominação e exploração, doutrinando os alunos a ocuparem seus lugares já predeterminados. Assim a educação tem um caráter ideológico que é mascarado pela sua aparente "neutralidade".
            Em vista disso a Pedagogia Libertária  assume tal caráter, no entanto coloca-o não a serviço da manutenção dessa sociedade, mas sim de sua transformação, despertando nos indivíduos a consciência da necessidade de uma revolução social. 
            A suposta liberdade individual como meio (característica das perspectivas liberais) redundará  em um modelo de escola cuja  característica principal é perpetuar teorias burocráticas que impedem as manifestações das singularidades instruindo apenas para classificar, portanto, excluir.
            A corrente de pensamento Bakuniana tem a liberdade como fim. A liberdade é conquistada e construída socialmente, a educação não pode partir dela, mas pode, deve, chegar a ela. Uma vez que  odesenvolvimento de todas as coisas, e por conseqüência da educação, implica a negação sucessiva do ponto de partida, este princípio deve enfraquecer-se à medida que avançam a educação e a instrução, para dar lugar à liberdade ascendente.
            Toda educação racional nada mais é, no fundo, do que a imolação progressiva da autoridade em proveito da liberdade, onde esta educação  tem como objetivo final formar homens livres, cheios de respeito e de amor pela liberdade alheia. Assim, o primeiro dia da vida escolar, se a escola aceita as crianças na primeira infância, quando elas mal começam a balbuciar algumas palavras, deve ser o de maior autoridade e de uma ausência quase completa de liberdade; mas seu último dia deve ser o de maior liberdade e de abolição absoluta de qualquer vestígio do principio animal ou divino da autoridade.
            A educação não pode ser um espaço de liberdade em meio à coerção social; pois constituir-se-ia em uma ação inócua e os efeitos da relação do indivíduo com as demais instâncias sociais seria muito mais forte. A educação anarquista partindo do princípio de autoridade insere-se na sociedade e coerente com seu objetivo de crítica e transformação social não faz senão ultrapassar aquela autoridade superando-a.
            A construção coletiva da liberdade é um processo no qual ocorre paulatinamente a  des-construção, por assim dizer, da autoridade. Esse processo, a Pedagogia Libertária o assume como sendo uma atividade ideológica. Como não há educação neutra, pois toda educação é fundamentada numa concepção de homem e de sociedade, é necessário, pois definir de qual homem e de qual sociedade estamos a falar. A Educação Libertária conduz o homem a comprometer-se não com a manutenção da sociedade de exploração, mas sim engajado na luta e na construção de uma nova sociedade. Portanto pode-se afirmar que o individuo assim criado seria um desajustado, por assim dizer, para os padrões sociais da educação contemporânea. A  Educação Libertária constitui-se, assim, numa educação contra o Estado, alheia, portanto, aos sistemas públicos de ensino.



Um texto falando sobre "A PROPOSTA SOCIOPOLÍTICA DA PEDAGOGIA LIBERTÁRIA"
link do arquivo em PDFDOWNLOAD AQUI



Abaixo alguns vídeos (em espanhol) que relatam experiências da Educação Libertária / Anarquista 


Ⓐ Educación libertaria. Ni exámenes, ni premios, ni castigos Ⓐ



Educación, Escuela Libre (educación antiautoritaria) Pedagogía Libertaria



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Conto: Instinto Primordial

Logo abaixo segue um conto sobre a vontade de uma menina(?) de voltar a desejar/sentir e recuperar seus sentimentos mais primitivos -como o amor e ódio-, que foram roubados pela modernidade, pela pressa. Sentimentos furtados pela dinâmica conformidade.
_____________________________________________________________________________

                                             

INSTINTO PRIMORDIAL

No primeiro incandescente raio solar, Annie partiu. Deslizou a procura de sentimentos que a tornasse viva. Instintos que a exorcizasse da horrível sensação de ficar estagnada. Livrar-se de toda raiva e pilantragem que a cercava.
Mas viver em uma terra mecanizada e ao mesmo tempo querer falar sobre amor(e ódio) era classificado como "horrendo", uma tarefa nada fácil. Demonstrar afeto era uma atitude revolucionária. Diante de tanto cimento e poluição, o brotar da flor era um sinal de subversão.

Mesmo com tamanha dificuldade, Annie sem muito pensar, se jogou ao vento e esperou ele lhe guiar ... Dele recebeu conselhos e indicações de agradáveis lugares, livres de pessoas, claro. Conselhos que foram ditos em vão, já que devido a sua desobediência, ela acabou dando de cara com uma cidade nada diferente da qual estava acostumada. Uma rota barulhenta e motorizada.
Nessa cidade os vidros dos carros pareciam impossibilitar e negar toda forma de contato. O estrangeiro que trazia sua cultura plural e diversa era temido, pois como popularmente falavam: "não deviam misturar" (e muitas pessoas jamais ousariam de questionar isso). Pro seu próprio azar, Annie foi recebida sob ameaças.

Ao observar a situação, o vento sussurrou por última vez e então a dúvida caiu sobre a cabeça de Annie: "fugir era o melhor a se fazer?", talvez não, mas isso a deixaria viva. Esconder-se de humanos e desfrutar de sua animalidade se fazia necessário. Agora Selvagem.

por Allan Gomes


terça-feira, 3 de julho de 2012

Filme: Noviembre

                                                      Teatro livre e independente. 
SINOPSE: 
Levado por seu espírito idealista, Alfredo, decide criar "uma arte mais livre, interpretada com o coração, capaz de fazer as pessoas se sentirem vivas". Seu conceito de teatro vai além do cenário, é realizado nas ruas, cara a cara com o público. Em uma praça qualquer, em um parque ou na avenida mais comercial da cidade, Alfredo e seu grupo "Noviembre" (Novembro), começam a função: diabos que provocam os passantes, atuações de denúncia social, ações levadas ao extremo de por em alerta as forças da ordem pública. Não há limites nem censuras, só idéias, e todas são válidas se são capazes de conseguir que o espectador deixe de ser espectador e passe a fazer parte da representação; se surpreenda, se assuste, ria ou chore. O teatro como a vida, a vida como o teatro..., já não há diferença.

Filme: Novembro (2003)
Diretor: Achero Mañas
Áudio: Espanhol
Legendas: Português
Duração: 104 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 700 MB
Servidor: Torrent 

DOWNLOAD DO FILME LEGENDADO (via torrent) -  LINK

                                                               TRAILER DO FILME